De todas as teorias do universo materno, as que me assustam são:
* não
dar colo para o bebê,
* regular a amamentação em horários cronológicos
* e
deixar o bebê chorando.
Elas me pegam na alma!
Elas me pegam na alma!
Bebês não sabem falar, nasceram em um ambiente aquático, escuro, cheio de movimento e calor e, de uma hora pra outra estão do lado de fora.
Precisam ser alimentados, estranham...
Descobrem no peito uma maneira de ter o aconchego pleno!
Basta ver uma cadela: quando o filhote chora a mãe corre e aconchega.
Bebês não choram a toa e se choram estão pedindo:
- Por favor me ajude!
Ajude a dormir, a enfrentar a solidão, a lidar com a temperatura que oscila.
Quando um bebê pede colo ele está reconhecendo que você é uma segurança.
Quando você nega esse colo ele pode se acostumar com a negligência e resignar-se. Mas ele não está feliz!
Eu adoro o conceito: permita que as crianças sejam dependentes no
momento em que podem ser, para que sejam independentes para toda a vida.
O que mais vejo neste mundo são pessoas dependentes e resignadas.
Dependentes de comida, de medicamentos, de sexo, de necessidade de aceitação.
São, algumas vezes, sobreviventes de pequenos ou grandes abandonos.
Algumas vezes vendo esses programas que difundem a idéia da
Torturadora de bebês eu sinto algo inexplicável: eu choro com a mãe que
chora, com o filho que dorme soluçando.
Não há nada mais fácil e prazeroso para mãe e bebê do que
É tão rápido que eles crescem.
O que são 3 anos diante de uma vida toda?
Queremos tanto a independência precoce, exaltamos isso como troféu e depois questionamos onde se perdeu esse fio.
Eu vejo idosos abandonados com cuidadores ou em asilos e vejo ali o
reflexo de uma sociedade que fecha os olhos para os dependentes trocando
o amor por tecnologia, chupeta, mamadeira, berço que balança e no fim,
uma cama fria e olhos de uma profissional contratada.
Assim começa a vida, assim ela termina. No meio um grande vazio que
tentamos preencher. Um vazio cultivado em nome dessa ilusória
independência precoce.
Texto escrito por Kalu Brum
Jornalista, Doula, Fotógrafa e Professora de Yoga
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